Excelentes as duas palestras sobre Inteligência Artificial (IA) que encerraram o dia na JPR. Os radiologistas assistiram com muita atenção e as opiniões da plateia se dividiram sobre o papel que o médico exercerá no futuro. Uns preocupados com demissões e aspectos legais e outros com a expectativa que a IA ajudará o profissional. Eu não tenho opinião formada sobre o tema, mas acho que o fluxo de trabalho vai mudar com certeza. Aliás, isso não acontecerá somente na medicina, mas em todas as profissões. Acabei de chegar ao hotel e a reportagem na Globonews era sobre as mudanças que as startups de seguros estão promovendo no mercado. O mesmo questionamento é feito sobre os empregos dos corretores de seguros e os posicionamentos, imagino eu, também devem ser divididos.
De tudo que ouvi, destaco:
1- as máquinas criam processos tão sofisticados de solução dos problemas que além de serem mais eficientes que o homem, nos são incompreensíveis como chegaram aos resultados obtidos. Não é simplesmente consultar um banco de dados com milhares de imagens e concluir através de padrões. Há fatores que a máquina utiliza para se chegar a um diagnóstico que não se tem a mínima ideia de como aconteceu;
2- alimentar a base de dados do sistema é muito complexo também. Existem questões legais e uma heterogeneidade dos dados ou formatos em que os dados estão. O posicionamento inclinado de uma imagem de mão já foi suficiente para que o sistema errasse a idade óssea de um paciente. Imagens em formato DICOM têm uma série de informações que podem violar a privacidade de um paciente, imagens obtidas em máquinas de diferentes fabricantes podem não ser úteis em conjunto para se definir um padrão;
3- os palestrantes foram céticos na rapidez com que as mudanças vão ser implementadas. Foram citadas várias previsões feitas por cientistas que estavam na vanguarda da ciência décadas atrás e que, simplesmente, não ocorreram;
4- quando digo que o fluxo de trabalho vai mudar, afirmo baseado nos exemplos que foram passados: numa worklist imensa, cheia de cadastros de pacientes, o sistema poderá selecionar, baseado em informações de pedidos médicos ou mesmo pela leitura prévia das imagens dos exames, quais exames devem ser laudados primeiro. O critério que existe hoje em dia é baseado na data do exame ou na menina que entrega os resultados quando pede "Dr. Mogami, o senhor pode liberar esta tomografia porque o paciente está aguardando...";
5- o uso de vetores para conjugar palavras é impressionante porque por meio de um casamento de palavras que tenham uma relação de proximidade, o sistema consegue priorizar exames ou resumir um prontuário médico de forma que o radiologista tenha acesso às informações que realmente interessam;
6- o volume de informações à disposição do radiologista vai aumentar e muitas vezes haverá informações que o médico não saberá dizer se é importante ou não. Na verdade, o google já faz isso ao apresentar dezenas de respostas a uma consulta;
De tudo que ouvi, destaco:
1- as máquinas criam processos tão sofisticados de solução dos problemas que além de serem mais eficientes que o homem, nos são incompreensíveis como chegaram aos resultados obtidos. Não é simplesmente consultar um banco de dados com milhares de imagens e concluir através de padrões. Há fatores que a máquina utiliza para se chegar a um diagnóstico que não se tem a mínima ideia de como aconteceu;
2- alimentar a base de dados do sistema é muito complexo também. Existem questões legais e uma heterogeneidade dos dados ou formatos em que os dados estão. O posicionamento inclinado de uma imagem de mão já foi suficiente para que o sistema errasse a idade óssea de um paciente. Imagens em formato DICOM têm uma série de informações que podem violar a privacidade de um paciente, imagens obtidas em máquinas de diferentes fabricantes podem não ser úteis em conjunto para se definir um padrão;
3- os palestrantes foram céticos na rapidez com que as mudanças vão ser implementadas. Foram citadas várias previsões feitas por cientistas que estavam na vanguarda da ciência décadas atrás e que, simplesmente, não ocorreram;
4- quando digo que o fluxo de trabalho vai mudar, afirmo baseado nos exemplos que foram passados: numa worklist imensa, cheia de cadastros de pacientes, o sistema poderá selecionar, baseado em informações de pedidos médicos ou mesmo pela leitura prévia das imagens dos exames, quais exames devem ser laudados primeiro. O critério que existe hoje em dia é baseado na data do exame ou na menina que entrega os resultados quando pede "Dr. Mogami, o senhor pode liberar esta tomografia porque o paciente está aguardando...";
5- o uso de vetores para conjugar palavras é impressionante porque por meio de um casamento de palavras que tenham uma relação de proximidade, o sistema consegue priorizar exames ou resumir um prontuário médico de forma que o radiologista tenha acesso às informações que realmente interessam;
6- o volume de informações à disposição do radiologista vai aumentar e muitas vezes haverá informações que o médico não saberá dizer se é importante ou não. Na verdade, o google já faz isso ao apresentar dezenas de respostas a uma consulta;
Não sei se vamos ser em menor número nas clínicas. Mas, sei que precisaremos mudar a maneira de fazer radiologia. Acho que ser um gerenciador de uma quantidade enorme de informações e definir o que importa vai fazer parte disso. Ser mais médico, no sentido de dominar conhecimentos em outras áreas fora da radiologia também será importante. Acho também que dominar várias modalidades, pelo menos dentro de uma subespecialidade, permitirá que o radiologista seja mais versátil e não apenas um entendedor de um assunto de pé de página.