quinta-feira, 24 de março de 2016

Orquiepididimite

49 anos, masculino, pós-operatório complicado de cirurgia cardíaca, com aumento de volume e dor escrotal. Orquiepididimite.







Orquiepididimites são processos inflamatórios que acometem os testículos e o epidídimo, apresentam início gradual, e geralmente são acompanhada de queixas urinárias ou sintomas inespecíficos como febre e prostração. Pode haver grande aumento do escroto, com rubor e dor intensa, podendo ser diagnóstico diferencial de Escroto Agudo (uma emergência urológica). 

Na orquiepididimite , os testículos podem ser acometidos por três diferentes vias:
- hematogênica ;
- canalicular ou ascendente : forma mais frequente de contaminação, e em geral secund
ária nos portadores de doenças sexualmente transmissíveis;
- linfática

As orquiepididimites geralmente são causadas por vírus e bactérias porém em casos mais raros podem ser causada por parasitas filamentosos, fungos ou ser secundárias à vasculopatias.
O paciente pode relatar presença de dor no nível do escroto, localizada no testículo ou epidídimo e que pode ou não ser acompanhada de febre. Alguns pacientes podem referir dor no trajeto do cordão espermático e que irradia para a região lombar do mesmo lado. Pode ser constatado o aumento progressivo do volume escrotal. A grande maioria dos casos apresenta a tríade de dor, calor e hiperemia local. 

Náuseas e vômitos podem fazer parte do quadro clínico. Os processos virais e bacterianos apresentam sintomatologia exuberante com sinais flogísticos ( dor, calor rubor e edema local )e apresentam evolução rápida. As orquiepididimites granulomatosas são de evolução insidiosa e com sintomas comuns às demais orquiepididimites, mas em geral se desenvolvem de maneira lenta e crônica. 

A palpação testicular exacerba a dor porém um sinal característico é a melhora da dor com a elevação do testículo (sinal de Prehn). Na vigência de orquiepididimite, o testículo se torna mais pesado e traciona os elementos do cordão. Outro sinal importante e que ajuda a realizar o diagnóstico diferencial com a torção testicular é o (sinal de Angell) onde o testículo apresenta-se mais alto e com seu maior eixo horizontalizado.

A ultrassonografia com Doppler é o exame mais específico para orquiepididimites, uma vez que evidencia o aumento de uma parte ou da totalidade do testículo e epídidimo que ocorrem devido ao edema.

A perfusão testicular, observada por meio do Doppler colorido, está aumentada difusamente, devido à baixa resistência periférica provocada pelo processo inflamatório, o que a distingue de uma torção de testículo, onde o fluxo sanguíneo apresenta- se reduzido, o que caracteriza a isquemia.








Texto da alunas Yasmin Baptista Barbosa e Samilly Quirino

sexta-feira, 18 de março de 2016

Entrevista com o Dr. Heron Werner Júnior - Zika vírus e gestação

O Dr. Heron é especialista em Ginecologia/Obstetrícia e Ultrassonografia pela FEBRASGO/CBR. Tem mestrado em obstetrícia e doutorado em radiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atua profissionalmente nas clínicas Alta e Clinisul e é médico assistente estrangeiro da Universidade de Paris e Professor Visitante do Children's Hospital of Philadelphia (CHOP).

Q1- Quais são as alterações ultrassonográficas mais encontradas em gestantes infectadas pelo Zika?
Apesar de se associar bastante a microcefalia à Zika, que leva a um formato anormal do crânio e consequentemente do perfil fetal (osso frontal inclinado), existem muitas outras alterações a serem observadas tais como dilatação ventricular, calcificações, porencefalia, disgenesia do corpo caloso, alterações do tronco cerebral e anomalias cerebelares. Em muitos casos, estas anomalias têm sua visualização dificultada na ultrassonografia devido à involução da calota craniana e diminuição da janela acústica. Foram descritos também casos de artrogripose, hepatoesplenomegalia e restrição do crescimento como consequência da Zika e há relatos de associações à morte fetal.

Q2- Qual a importância da medida da circunferência cefálica para predizer recém-nascidos com microcefalia? Os valores normais são bem estabelecidos de maneira que se possa detectar ou excluir de maneira confiável esse tipo de anormalidade?
O primeiro passo a ser realizado para o diagnóstico da microcefalia é datar corretamente a idade gestacional, baseado na data da última menstruação (DUM) ou no primeiro exame ecográfico de primeiro trimestre. O diagnóstico de microcefalia no feto é feito quando a medida da circunferência cefálica (CC) for menor que 2 desvios padrões (DP) do limite inferior da curva de normalidade para uma determinada idade gestacional. Alguns estudos classificam como microcefalia severa a medida da CC inferior a 3DP. Assim, este diagnóstico pode ser feito de maneira bem confiável. Contudo, é fundamental fazer uso de tabelas de CC que forneçam dados sobre o DP.

Q3- Qual a percentagem de doentes infectadas que desenvolve anomalias gestacionais?
Ainda não sabemos esta resposta. O que existe na literatura são relatos de pequenas séries. Estudos mais consistentes vão demandar um tempo maior para serem realizados e esclarecer melhor esta pergunta. Uma das maiores séries vem do grupo de Salvador (Prof. Manoel Sarno) que estudou 42 pacientes que tiveram manifestações clínicas de Zika tais como rash cutâneo e apresentaram PCR positiva. Doze (29%) pacientes tiveram alterações ecográficas e do Doppler, sendo 2 óbitos fetais, 2 CIUR (crescimento intrauterino restrito) e 8 casos de malformações cerebrais (4 microcefalias com 3 calcificações e uma ventriculomegalia). Trinta (71%) pacientes não tiveram alterações.

Q4- Existe indicação de USG seriada em pacientes que testam positivo para o vírus? 
Sim, a recomendação é uma avaliação ultrassonográfica a cada 3 semanas.

Q5- Em relação às  áreas endêmicas, a USG de rastreio pode ser indicada mesmo em gestantes assintomáticas?  
Sim, uma USG após a 28a semana é sempre recomendável.

Q6- Existe alguma fase da gravidez em que a gestante se encontre mais suscetível aos efeitos da infecção? 
Os estudos preliminares sugerem comprometimento maior quando a infecção ocorre nos primeiro e segundo trimestres. Contudo, já existem estudos apontando para um comprometimento durante toda a gestação.

Q7- O que fazer nos casos em que se detectam anomalias fetais? 
Nos casos de detecção de anomalias fetais deve-se fazer sempre o diagnóstico diferencial da microcefalia com outras causas infecciosas (toxoplasmose, citomegalovírus, rubéola, sífilis) além de  cromossomopatias, defeitos de neurulação (holoprosencefalia), drogas teratogênicas etc.
As anomalias detectadas devem ser bem estudadas seja pela ultrassonografia (USG) e/ou ressonância magnética (RM) a fim de se avaliar melhor o prognóstico fetal. Estes exames devem servir como base de comparação para os exames pós natais (USG, TC e RM).

Q8- Qual o papel da ressonância magnética no acompanhamento destas gestantes? 
A RM é um método auxiliar à USG de grande importância. Em muitos casos de microcefalia por Zika existe uma diminuição da janela acústica que dificulta a obtenção de uma boa imagem ecográfica. Assim, a RM passa a detalhar melhor todo o conteúdo encefálico mostrando achados comuns tais como dilatação ventricular, reduzido número de giros e sulcos corticais para a faixa etária, sugerindo paquigiria (lisencefalia), afilamento do parênquima cerebral, alargamento do espaço subaracnóide, encefalomalácia periventricular, anomalias de migração neuronal, disgenesia do corpo caloso, alterações do tronco cerebral e do cerebelo.



sexta-feira, 11 de março de 2016

Entrevista com o físico João Lúcio Mação Junior

Como parte das atividades do projeto de extensão, inauguramos a seção de entrevistas da página da Disciplina de Radiologia da UERJ com o primeiro convidado, o físico médico João Lúcio Mação Junior. Ele é graduado pelo Instituto de Física da UFRJ, especialista em radiodiagnóstico pela Associação Brasileira de Física Médica (ABFM), supervisor de radioproteção pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), mestrando em engenharia nuclear pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e físico médico responsável pelo setor de radiologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE/UERJ).

Q1- Qual o papel de um físico num serviço de radiologia?
R: Físicos trabalham em diversas áreas. No entanto, a maior parte da sociedade imagina que os profissionais em física atuam apenas no setor de ensino ou pesquisa, relacionando-os à física teórica.
A física médica é um ramo da física aplicada e entre as atribuições de um físico no setor de radiologia estão:
- calibração e avaliação da performance de equipamentos radiológicos;
- desenvolvimento e implementação de programas de controle de qualidade;
- consultoria na aquisição de equipamentos;
- manutenção dos aparelhos;
- desenvolvimento de procedimentos para proteção e segurança radiológica;
- atividades de educação continuada;
- pesquisa clínica;

Q2- O simples trânsito das pessoas pelo serviço de radiologia implica em exposição à radiação? Quais locais devem ter acesso restrito?
R: Não, a menos que o técnico do equipamento esteja trabalhando de forma incorreta ou em condições inadequadas, por exemplo: realização de exames com a porta da sala aberta e não funcionamento da sinalização de ativação do equipamento, localizada em cima da porta de entrada.
É importante ressaltar que os limites de dose ambiental para as áreas ditas livres, ou seja, todas as áreas com exceção da própria sala de exames e do comando do equipamento, possuem o mesmo valor limite de dose de 1 mSv/ano. Isso significa que o limite de dose para uma pessoa nos corredores do serviço de radiologia é o mesmo limite de dose que uma pessoa receberia no centro do campo do estádio do Maracanã.

Q3- Como é feito o descarte dos resíduos (material de revelação de filmes, filmes velhos, películas deixadas no serviço)?
R: O descarte dos resíduos provenientes do processamento úmido deve ser realizado segundo normas específicas. De acordo com a regulamentação ambiental, para esses e outros insumos a política reversa deveria ser aplicada, isto é, os próprios fabricantes ou seus fornecedores deveriam recolher este resíduo por eles fornecido. Quando não é possível aplicar a política reversa, uma alternativa é contratar empresas credenciadas pelas agências reguladoras ambientais para executar corretamente este descarte.

Q4- O que acontece com os equipamentos radiológicos depois que são retirados de uso? Para onde vai essa sucata e quais os cuidados devem ser tomados?
R: Legalmente, toda vez que um equipamento é desativado num serviço de radiologia, a vigilância sanitária deve ser comunicada sobre a desativação e o serviço de imagem deve tomar os seguintes cuidados:
1-    retirar, caso haja, qualquer símbolo internacional de presença da radiação
2-    impedir qualquer contato dos fios de energia do aparelho com a alimentação elétrica
3-    desmontar o aparelho
4-    o cabeçote deve ser desmontado de maneira criteriosa, de forma a evitar quebra da ampola de vidro no interior.
5-    a ampola deve ser descartada de acordo com os mesmos cuidados empregados para o descarte de lâmpadas.
6-    após estas etapas, o equipamento pode ser descartado como material de uso comum.
É importante frisar que o aparelho de raio X é um equipamento que transforma energia elétrica em radiação ionizante, ou seja, fora da tomada o equipamento de raio X não passa de metal, vidro e óleo, sem a presença de qualquer material radioativo.

Q5- A geração mais nova não conhece o acidente com césio 137. O que aconteceu em Goiânia em 1987 e o que mudou de lá para cá em sua opinião?
R: A tragédia de Goiânia foi um claro exemplo do descaso da política brasileira com o controle de material radioativo residual, um grave episódio de contaminação radioativa ocorrido no Brasil nos anos 80.
O episódio teve início quando um catador de lixo encontrou um aparelho utilizado para radioterapia. Este aparelho, ao contrário do que ocorre com os  equipamentos de radiodiagnóstico, apresentava uma fonte radioativa de césio isótopo 137. O césio 137 possui a característica de decair, emitindo radiação ionizante constantemente até se tornar elemento estável não radioativo. O tempo necessário para se tornar estável, varia de elemento para elemento; no caso do césio 137 são necessários aproximadamente 30 anos para que metade da quantidade inicial do material radioativo se transforme em outro elemento.
O catador de lixo ao violar o capsulado em que ficava o césio, observou que este elemento emitia uma luz azulada e ficou encantado com aquele material, acreditando ser um presente de Deus. Isto ocasionou uma contaminação generalizada de sua família e da cidade de Goiânia.
A CNEN mandou examinar toda a população da região. No total, 1000 pessoas foram expostas, muitas com contaminação corporal externa revertida a tempo. Do total de pessoas expostas, 129 foram apenas medicadas. Entretanto, 49 foram internadas, 21 delas em unidades de tratamento intensivo; destas, quatro faleceram.
Este foi o segundo maior acidente radiológico no mundo, atrás somente do desastre com a usina nuclear de Chernobyl na Ucrânia.
O episodio de Goiânia foi um divisor de águas para a CNEN. A partir deste acidente, houve uma revolução dentro da instituição, com respeito ao controle das ações que envolvem elementos radioativos no Brasil. Atualmente todos os projetos de instalações radioativas, usinas nucleares, raio X industrial e mineração de material radioativo são submetidos à aprovação prévia pelos técnicos da CNEN.
Embora este acidente tenha suscitado um controle maior dos elementos radioativos que circulam pelo Brasil, ainda há muito a ser feito, principalmente com respeito às atividades que envolvem a radiologia diagnóstica convencional. Atualmente, todo serviço de radiologia é regulamentado exclusivamente pela vigilância sanitária, por meio da Portaria Nº453/1998, que foi publicada em 1998. Desde então nunca houve atualização desta portaria de forma a incluir as práticas modernas da radiologia, como os sistemas digitais, telelaudos e sistemas híbridos de imagem, que unem a radiologia convencional com os equipamentos de Medicina Nuclear e Radioterapia.

Q6- Existe uma disseminação do uso da tomografia computadorizada. Em comparação com uma radiografia simples, qual o grau de exposição do paciente? O que esse uso disseminado pode acarretar a longo prazo? Existem estudos sobre essa questão?
R: É preciso tomar uma série de cuidados com respeito à utilização da tomografia computadorizada. As vantagens do método são indiscutíveis, porém é preciso ter em mente que um exame de tomografia pode fornecer uma dose de radiação ao paciente que chega a ser 100 vezes maior que um raio X convencional.
O grau de exposição do paciente pode variar com uma série de parâmetros, como a técnica utilizada ou até mesmo a região do corpo irradiada, mas é importante deixar claro que não existe limite de dose para exposição, ou seja, o paciente irá receber a dose necessária para produzir um exame adequado para laudo.
Existem relatos na literatura de alguns acidentes radiológicos provocados pelo uso indiscriminado da tomografia, os mais comuns são escalpelação na cabeça e eritemas na pele, provocados quando a dose de radiação atinge níveis, cujos efeitos são conhecidos como determinísticos (o efeito induzido no paciente será proporcional à dose recebida por ele). Os efeitos determinísticos podem variar desde um simples eritema até uma síndrome neurológica grave.
Para doses de radiação menores, os pacientes estão sujeitos aos chamados efeitos estocásticos, situações em que não existe limiar de dose, ou seja, qualquer valor de dose de radiação pode acarretar alguma doença associada. Um exemplo clássico de efeito estocástico é o câncer.
Normalmente, não é possível prever se uma pessoa terá ou não um câncer induzido por radiação, pois os estudos mostram que a sensibilidade dos tecidos aos efeitos estocásticos varia de indivíduo para indivíduo, não sendo possível realizar associação direta da dose de radiação a uma determinada doença que o paciente apresentou posteriormente. A única certeza que se possui com respeito aos efeitos estocásticos é que a probabilidade de um indivíduo apresentar uma doença induzida por radiação aumenta a partir do momento que se eleva a dose. Desta forma, a repetição desnecessária de exames radiológicos aumenta a probabilidade de um câncer radioinduzido.

Q7- Como devem se portar a equipe de saúde e acompanhantes de pacientes em locais onde o exame radiológico é feito de maneira aberta, como num CTI? É necessário haver aquele desespero para sair da sala como se fosse explodir algo?
R: De forma alguma as pessoas devem correr ou se desesperar quando o técnico de raio X executar um exame num setor aberto, como uma enfermaria ou CTI. Os exames realizados no leito são de baixa complexidade e não necessitam de grandes doses de radiação.
Com respeito à segurança do paciente, a legislação atual estabelece que os exames no leito, por serem esporádicos, não necessitam de blindagem desde que a distância entre os pacientes seja superior a dois metros.
Para a equipe de saúde é importante deixar claro que a intensidade da radiação espalhada (fração da radiação que se espalha para todas as direções, proveniente da incidência do feixe de RX no paciente) decai com o inverso do quadrado da distância de referência, ou seja, toda vez que se dobra a distância, a dose de radiação cai quatro vezes, a partir da intensidade inicial. Portanto, uma distância superior àquela existente entre o técnico de RX e o paciente durante a execução do exame, já é suficiente para garantir a segurança das pessoas que estão no setor.

Q8- Conte um caso interessante que ilustre a ignorância da população acerca dos efeitos da radiação ionizante.
R: Quando o assunto é radiação, todo mundo conhece, mas poucas pessoas entendem. Um caso muito interessante aconteceu comigo em uma clínica do interior do Rio de Janeiro, onde um médico radiologista e responsável técnico contratou a minha consultoria para opinar sobre a adequação da blindagem de uma sala de RX recém construída. Ao chegar à instituição, fui apresentado ao recinto e verifiquei que o mesmo era amplo, o equipamento de RX moderno, o comando possuía um visor plumbífero e, estranhamente, se destacava um grande exaustor localizado acima do bucky vertical (local onde se realizam os exames de tórax). Ao ver aquele exaustor, questionei o médico sobre o porquê de sua existência. O radiologista, espantado com a minha pergunta, gesticulou com os braços e respondeu que “obviamente era para tirar a radiação da sala”. Fiquei impressionado com aquela resposta, chamei o médico para o canto e expliquei que radiação não era “peido”. Esclareci que o raio X possuía as mesmas características da luz visível, isto é, assim como a luz de um ambiente acaba na hora em que se desliga o interruptor, o mesmo acontece com o raio X que sai do equipamento, quando o operador tira o dedo do disparador. Ou seja, não há acúmulo no ambiente ou em qualquer outra parte da sala.
Apesar da obviedade da situação, havia um pânico instalado na clínica.  Quando  conversei com o técnico do equipamento sobre os procedimentos de trabalho, ele me contou que antes de realizar qualquer exame, ligava o exaustor, disparava o equipamento e esperava por volta de quatro segundos para dar tempo da radiação ser “sugada” pelo exaustor. Ademais, quando outros funcionários souberam da minha presença na instituição, todos eles me questionaram sobre o local onde estava “sendo jogada aquela radiação”, já que na parede oposta ao exaustor existia uma área externa gramada e o refeitório da clínica. Havia uma paranoia generalizada dentro da instituição, por conta de uma informação equivocada cuja veracidade ninguém procurou checar.
Em se tratando de notícia ruim, infelizmente, as pessoas são mais tendenciosas a acreditar em uma informação dita por outra pessoa do que checar se realmente tal informação é verídica.