A infecção pelo vírus da Dengue apresenta-se, em geral, de forma subclínica e quando
sintomática, manifesta-se sob um espectro variado de apresentações. A forma clássica da doença
caracteriza-se por febre, geralmente alta (39 a 40c), de inicio súbito após
período de
incubação de 4 a 7 dias, que acompanha cefaleia, dor musculoesquelética, dor retro-orbitária e prostração. O
exantema maculo papular clássico, presente em 50% dos casos, manifesta- se em
até 3 ou 4 dias
após a lise febril, acompanhado ou não de prurido. Anorexia, náuseas,
vômitos e diarreia não volumosa podem estar presentes. Os sintomas costumam
ser mais graves nos extremos etários. As características centrais
dos casos graves de dengue, e que motivam maior atenção para sinais de alarme
no curso da infecção, são fenômenos hemorrágicos e o
choque hipovolêmico.
Dor
abdominal é uma queixa comum e associa-se à presença de ascite (VPP90%) e ao choque (VPP82%). Hepatomegalia palpável é encontrada
em até 75% dos pacientes, com variável
esplenomegalia. Derrame pleural em radiografia de tórax pode ser encontrado em
mais de 80% dos casos e, quando em associação a achados laboratoriais que
revelam aumento do hematócrito e hipoalbuminemia, podem prover medidas
objetivas da perda plasmática. Porém, o exame ultrassonográfico apresenta
sensibilidade superior a 95% na detecção de líquido livre em cavidade pleural,
ascite e edema parietal vesicular (que não representa,
necessariamente, colecistite). Acúmulo de líquido perirrenal e pararrenal podem
ser evidenciados em 77% dos pacientes graves submetidos ao exame, assim como
derrame pericárdico e acúmulo de líquido subcapsular hepático e esplênico. Em até 40% dos
pacientes, há
evidencias ultrassonográficas de aumento pancreático, podendo estar associado
a aumento dos níveis séricos de amilase e lipase. A presença de derrame pleural
e peritoneal está associada a casos graves de Dengue.
Referências Bibliográficas:
Chandak, Shruti, and Ashutosh Kumar.
"Can radiology play a role in early diagnosis of dengue fever?." North
American Journal of Medical Sciences 8.2 (2016): 100.
Ministério da Saúde (BR)^ dSecretaria de Vigilância em Saúde. "Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança." (2011).
Khurram, Muhammad, et al.
"Ultrasonographic pattern of plasma leak in dengue haemorrhagic
fever." JPMA. The Journal of the Pakistan Medical Association 66.3
(2016): 260-264.
Vabo, Karen Amaral do, et
al. "Achados ultra-sonográficos abdominais em
pacientes com dengue." Radiol. bras 37.3 (2004): 159-162.
Texto do aluno de graduação da UERJ, Emerson Gomes
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