domingo, 5 de junho de 2016

PANCREATITE AGUDA



  A pancreatite aguda é um processo inflamatório agudo do pâncreas causado pela ativação de enzimas pancreáticas no interior do órgão, o que proporciona a lesão do tecido pancreático.
   A causa mais frequente é a colelitíase, por meio da impactação de cálculos biliares na ampola de Vater. Ocorrem por meio da obstrução da papila, com presença de cálculo ou edema secundário ao trauma da passagem pela papila, levando ao refluxo de bile para o ducto pancreático principal por um canal comum, sendo possível também a obstrução dos ductos pancreáticos diretamente pelo cálculo, sem haver refluxo biliar. O etilismo também é uma possível causa, ainda que mais frequente na pancreatite crônica, apresenta efeito tóxico nas células pancreáticas, o que pode promover um efeito agudo.
   Como causas mais raras: infecções, alterações metabólicas (hipertrigliceridemia e hipercalcemia), medicamentos , traumatismo, alterações anatômicas dos canais pancreáticos, além da pancreatite aguda idiopática.
   O sintoma mais característico é a dor abdominal intensa em hipocôndrio e/ou epigástrio com irradiação dorsal, normalmente, acompanhada de náusea e vômito com agrave pela ingestão de alimentos ou uso de álcool. Pode haver distensão abdominal e diminuição da peristalse em decorrência do íleo adinâmico determinado pelo processo inflamatório pancreático. Além de sintomas como febre, sudação,taquicardia e hipotensão variáveis, que ocorrem devido à hipovolemia secundária ao sequestro de líquido.
   Complicações específicas de pancreatite aguda são o derrame pleural que pode gerar hipóxia, além de equimose em flanco esquerdo ou na região periumbilical, a qual é indicativo de hemorragia retroperitonial.
  O diagnóstico pode ser realizado pelo exame físico, laboratorial e de imagem. Em exame laboratorial, observa-se principalmente leucocitose e hiperglicemia moderada, devido à resposta inflamatória sistêmica. É essencial para o diagnóstico de pancreatite aguda, a dosagem da amilase e lipase séricas, a primeira em dosagem elevada, três vezes o valor normal, é marcador clássico pela alta sensibilidade, embora apresente baixa especificidade. A lipase sérica é característica devido à sua alta especificidade e sensibilidade.
   Nos exames de imagem , nota-se a presença de cálculos na vesícula biliar em ultrassonografia abdominal. Como dados tomográficos tem-se um aumento do órgão, borramento da gordura peripancreática  evidência de coleções. O uso de meio de contraste venoso permite a identificação de áreas hipocaptantes no parênquima pancreático que são sugestivas de necrose.
  Exames complementares mais específicos são a colangiorressonância, indicada na avaliação dos casos em que há icterícia associada ou suspeita de coledocolitíase, não demonstrada por outros exames ou a ultrassonografia endoscópica, que pode ser empregada nos pacientes com contraindicação à realização de colangiorresonância e naqueles em que a ressonância não foi conclusiva.



USG: corte transversal na loja do pâncreas que se apresenta com tamanho normal, mas se nota líquido peripancreático



USG: líquido periesplênico



TC: infiltração da gordura peripancreática e líquido no retroperitônio




TC: infiltração da gordura peripancreática e líquido no retroperitônio



 TC: infiltração da gordura peripancreática e líquido no retroperitônio



TC: infiltração da gordura peripancreática e líquido no retroperitônio


Texto da aluna de graduação da UERJ, Yasmin Barbosa






Um comentário:

  1. Obviamente, ofoco aqui não é o grande público. Então, pra quem busca informações mais acessíveis e claras sobre a pancreatite, sugiro este link. Grata.

    ResponderExcluir